Wednesday, January 20, 2010

Conto do Vô 2 - A porta

Essa também é do meu vô, o exímio arquiteto. Essa é pra provar que meu avô não tinha muita noção das coisas que ele fazia. rs.

Certo dia ele resolveu reformar o apartamento onde morava com a minha avó. Como ele não tinha muito dinheiro, contratou um pedreiro de quinta categoria para abrir um buraco na parede e colocar uma porta. Só que o pedreiro fez o serviço errado, e a parte de cima da porta ficou completamente torta. Ao olhar da sala, a pessoa conseguia enxergar, através da porta, uma cômoda que ficava na parede oposta à sala. Com a porta torta e a cômoda reta, ficava óbvio que a porta estava torta. Meu avô não tinha dinheiro para mandar consertar a porta. Porém, ele tinha habilidade para serrar a perna da cômoda. Na lógica dele, se ele deixasse a cômoda tão torta quanto a porta, ninguém notaria. E foi o que ele fez. Agora ele tinha uma porta torta e uma cômoda torta, que, somados, davam uma coisa reta.

Tuesday, January 12, 2010

Conto do Vô - O carro que chove

Essa história não é da minha vó, mas é do meu vô. Como é da mesma geração, achei que valia aqui um espaço pra contar, que essa também é boa.

Meu vô era um cara engraçado, todo engenhoso à sua maneira. Infelizmente eu não o conheci direito, ele faleceu quando eu tinha quase 2 anos. Mas meu pai conta umas histórias dele e diz que ele era muito querido.

Diz meu pai que meu avô tinha um carro que enchia de água quando chovia. Meu avô, muito espertamente, ao invés de mandar consertar o local do vazamento, por onde estava entrando água, fez o que? Furos! Furos no assoalho do carro! Assim, toda a água que entrasse, saía.
Genial, não?

Friday, January 8, 2010

A vó e o cão

Essa não é uma história engraçada e não é nenhuma pérola que minha vó tenha dito. Mas fiquei sabendo dessa história ontem e achei que valia a pena contá-la aqui.

Meus avós ganharam de presente de casamento um cachorro, e deram a ele o nome de Fiel. Fiel era muito companheiro e gostava de seguir seus donos onde quer que eles fossem, desde que era pequeno. Logo nos seus primeiros meses de vida, Fiel tentou seguir minha avó até o trabalho dela, enquanto ela tentava mandá-lo de volta para casa. Mas ele a seguia, firme e forte. No meio do caminho havia uma porteira por onde passava a linha do trem. Lá havia muita gente esperando o trem passar. Foi quando Fiel se perdeu da minha avó. Triste, minha avó seguiu seu caminho sozinha, pensando tê-lo perdido para sempre.

Quando, à noite, minha avó voltou cansada do trabalho, Fiel estava à sua espera na mesma porteira onde eles haviam se separado. Eles voltaram juntos para casa, onde Fiel viveu por 22 anos.